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“A história do homem é a história da luta de classes”
(Karl Marx)
Malgrado as mais contundentes demonstrações racionais, os marxistas continuam não se dando por vencidos e insistem na existência da inexorável luta de classes, que terminará com a vitória final do proletariado, etc., etc. Naquele famigerado vídeo de chamada para o tal 3º Congresso do PT, por exemplo, ouvimos a seguinte mensagem:
“Para extinguir o capitalismo e iniciar a construção do socialismo, é necessário realizar uma mudança política radical. Os trabalhadores precisam transformar-se em classe hegemônica e dominante no poder de estado”.
Nesse pequeno trecho, misturam-se nitidamente a crença no historicismo marxista e o “modus operandi” bolchevista, sintetizado por Lênin em sua famosa sentença: “Algumas vezes, a história precisa de um empurrãozinho”.
Dotados que são de extraordinária vocação para retorcer a realidade, os marxistas jamais admitirão o fato de que os interesses dos agentes econômicos no capitalismo são harmônicos - como demonstraram Adam Smith, Bastiat e tantos outros liberais - e não antagônicos, como queria Marx. Continuam apostando no caduco discurso de classes “hegemônicas” e “dominantes”.
Sempre atentos às lições de Lênin – “Deixem-nos educar uma criança por 8 anos e ela será para sempre um bolchevique” -, os doutrinadores comunistas ocultam de seus jovens prosélitos certas verdades, muitas vezes até óbvias, como a de que os interesses do banqueiro estão atrelados à prosperidade do devedor - não só para pagar os empréstimos contraídos, como para fazer outros - e não à bancarrota do mesmo. Utilizam-se, descarada e covardemente, de raciocínios espúrios que, na maioria das vezes, inferem a existência de uma conspiração burguesa para empobrecer o proletariado, muito embora a lógica mais rudimentar determine exatamente o contrário, ou seja: quanto maior for a renda dos trabalhadores, maior será o consumo e melhor será para todos os produtores.
Além do ódio à razão, sua fé inabalável nas teorias e prognósticos marxistas os leva ainda a odiar tudo quanto lhes faça, nem que brevemente, vislumbrar que seu deus - inventor de toda essa bobageira que se convencionou chamar de materialismo histórico - pudesse estar equivocado, não só em suas teorias, mas principalmente em suas previsões. Daí porque a raiva indelével dos marxistas por essa classe de gente que se convencionou chamar de “média”, já que a sua multiplicação nos países mais avançados e industrializados, especialmente nos EUA - onde o livre mercado estabeleceu as suas bases mais firmes -, é a comprovação empírica cabal de que a fabulosa tese profética de Marx não passava de um grande engodo.
Segundo a lenda, digo, a profecia, com o passar do tempo a acumulação capitalista faria com que muito poucos burgueses acabassem detendo todo o capital disponível, graças à exploração do restante da população. Toda a riqueza do mundo nas mãos de poucos, em contraste com a miséria de muitos, faria emergir a ira revolucionária e desembocaria, inexoravelmente, na tomada do poder pelo proletariado, determinando a ditadura desses últimos. O capitalismo nada mais é, portanto, do que uma etapa no caminho da consolidação do comunismo.
Os crentes desta religião, espalhados mundo afora, alardeiam até hoje na realização da referida asneira profética e odeiam tudo quanto possa indicar que a história possa ter seguido um caminho diferente. Odeiam especialmente o fato de que a história do capitalismo é a história da multiplicação acelerada da riqueza. Mas, acima de tudo, odeiam o fato de que a distribuição da riqueza gerada pelo desenvolvimento industrial nos países capitalistas acabou beneficiando a maioria das gentes e não apenas os mais ricos.
Recentemente, o Escritório Censitário dos Estados Unidos divulgou os dados sobre a pobreza naquele país, referentes ao ano de 2005. Segundo o relatório, foram encontradas cerca de 37 milhões de pessoas abaixo da linha de pobreza. À primeira vista, parece um número enorme, principalmente se considerarmos o volume de riquezas produzido anualmente por lá e, acima de tudo, desconsiderarmos - como gosta de fazer a esquerda - o fato de que, assim como há diferentes níveis de riqueza, existem diversos parâmetros para medir a pobreza.
A ONU, por exemplo, utiliza em seus relatórios linhas de pobreza baseados em rendas individuais abaixo de US$ 1 (pobreza extrema) e US$ 2 diários, o que dá US$ 30 e US$ 60 mensais, respectivamente. Já os cruéis capitalistas norte-americanos colocam no seu balaio da pobreza qualquer indivíduo que não consiga ganhar - notem bem! - US$ 820 por mês, renda equivalente a de um indivíduo de classe média alta no Brasil, de acordo com o IBGE.
Para aumentar ainda mais o ódio dos marxistas pelos Estados Unidos da América - a mais capitalista das nações capitalistas -, os dados relativos ao bem-estar material da população considerada pobre naquele país indicam também que, muito diferentemente do previsto por Marx, o padrão de vida e conforto desses indivíduos supera em muito o da nobreza mais abastada, na era que precedeu a Revolução Industrial. Senão, vejamos:
43% de todas as famílias pobres são donas de sua própria casa. A residência padrão dessas famílias tem 3 dormitórios, 1,5 banheiro, garagem e varanda (ou pátio). 80% delas dispõem de calefação ou ar condicionado. O espaço interno também é confortável. Um típico americano pobre tem mais espaço de moradia do que a média das pessoas morando em Paris, Londres, Viena, Atenas e outras cidades européias. Perto de ¾ das famílias pobres nos EUA são donas de pelo menos 1 carro e 31% têm dois automóveis ou mais. 97% das residências têm televisão a cores e mais da metade têm duas ou mais. 78% têm um DVD payer; 62% dispõem de Tv a cabo ou recepção por satélite. 89% das famílias pobres são donas de fornos de microondas, enquanto mais da metade delas têm equipamentos de som estéreo e 1/3 possui máquinas de lavar pratos (dados compilados pela Heritage Foundation e disponíveis em http://www.heritage.org/Research/Welfare/bg2064.cfm).
Na média, portanto, um típico americano pobre tem um carro, calefação, geladeira, fogão, máquina de lavar roupa, forno de microondas, televisão a cores com recepção a cabo ou por satélite, aparelho de DVD e equipamento de som e telefone celular. Isso sem falar de esgotamento sanitário, energia elétrica e água encanada, hoje disponíveis a quase 100% da população daquele país.
Olhando os dados acima, fica claro que um cidadão abaixo da linha da pobreza, como definida pelo governo americano, desfruta de um padrão de vida infinitamente superior ao imaginado pelo grande público, especialmente aquele público acostumado a pensar a pobreza através das imagens famélicas vindas da África, dos grotões latino-americanos, ou mesmo dos poucos “homeless” norte-americanos, propaladas e eternizadas pelas lentes do cinema e das grandes redes de televisão, sempre politicamente corretos e coerentes com a opção preferencial pelo “pobrismo” - inclusive lá na terra do Tio Sam.
O padrão de vida e conforto das famílias pobres da América não é opulento, é claro - e jamais se quis mostrar o contrário aqui -, mas é a prova viva de que o capitalismo, longe de representar a pauperização da classe operária, se transformou na sua verdadeira redenção, para desespero dos muitos “intelectuais” e políticos marxistas, que fazem da pobreza um meio de vida.
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