1.19.2010

Na noite

Estas almas, abandonadas à própria sorte.
Há beleza aí?
No descaso com que tratamos nosso próprio espírito.
Há beleza aí?
Na maneira em que não ouvimos.
Na maneira em que deixamos de ver.

Todos perdidos, afastados de nossos sentidos.
Fechando meus olhos, enxergo mais do que nunca vi.
Agora escuto as notas que antes me eram ruídos.
Danço, danço. E agora eu sei que há beleza aqui.
O manto da noite descobre os medos guardados.
A falta de coragem, coragem de viver.
O que à luz do dia se esconde agora se revela.
As angústias da alma, o medo de não amar.
E isto me diz: Há beleza aí.
Abraça tua imperfeição,
fecha teus olhos durante a noite e abra teus ouvidos,
o ar quieto e puro traz vida.
Está na hora de voltar a sentir, agora entendes, agora vives.
Há sim beleza aí.