8.12.2012


"O futuro pertence aos ousados, quando não podemos mais sonhar, morremos"
- Emma Goldman




Ma Chérie


O calafrio que percorre o corpo,
As lágrimas que já não posso mais conter,

Não há lugar para minha justiça?
Andando sozinho em meio a multidão
Rostos irreconhecíveis, esbarrando nestes corpos
como que gritando por atenção,
alguém, aqui...
aqui dentro.

Seríamos todos meras cápsulas vazias?
Nunca!
Pois minhas lágrimas ecoam,
e ressonam com as de todos aqueles
que também estão perdidos,
ajoelho-me,
rendo-me,
afundo...

O fundo gélido do oceano,
agora já me parece ser acolhedor...
E quando já conformado, estático,
ao lançar meu olhar uma última vez à multidão
encontro-a.

A face iluminada, transbordando alegria,
como um farol, esperança,
é ela.

O meu espírito enche-se de vida,
Músculo por músculo regojiza-se em amor,
dele alimenta-se,
Desperto e começo a nadar em sua direção,
meu farol,

Ela se entregará aos meus braços,
que só movem-se por e para ela?
Não sei... mas enquanto não descansar
Nas suas belas areias,
continuarei sempre a navegar,
em uma única direção.